O AQUEDUTO DE SANTA CLARA atravessa o concelho de Vila do Conde e Póvoa de Varzim, é formado por 999 arcos e tem cerca 5 km de extensão, o que faz dele o segundo aqueduto mais extenso de Portugal, constituindo-se como uma das principais obras da arquitetura civil da Idade Moderna do norte de Portugal.
“Fundado no início do século XIV, a comunidade monacal de Santa Clara de
Vila do Conde debateu-se desde o início da edificação do mosteiro com problemas
relacionados com o abastecimento de água. Na época foi construído um tanque,
uma "arca de água", dentro da cerca do mosteiro, uma solução que se
tornou insuficiente nas centúrias seguintes.
Em 1626 a abadessa do mosteiro, D. Maria de Meneses, deu início à
construção de um aqueduto que transportaria as águas de uma nascente em Terroso
até ao mosteiro. Os terrenos necessários à edificação foram adquiridos pela
abadessa, e contrataram-se mestres pedreiros para darem início à fábrica de
obras. No ano de 1636 estas eram interrompidas, devido a um problema de
desnivelamento que inviabilizou todo o trabalho feito até então.
Em Dezembro de 1705 D. Bárbara de Ataíde, a nova abadessa, contratou o
engenheiro militar Manuel Pinto de Villa Lobos e o capitão Domingos Lopes para
delinearem um novo projecto para o aqueduto. A direcção das obras foi
adjudicada a João Rodrigues, mestre pedreiro de Ponte de Lima. Algum tempo
depois, o mestre abandonou as obras, por falência, pelo que as Clarissas
entregaram a obra a Domingos Moreira, mestre de Moreira da Maia. Em Outubro de
1714 a água chegava pela primeira vez ao claustro do mosteiro.
O aqueduto era formado inicialmente por um conjunto de 999 arcos de volta
perfeita, abrangendo uma extensão que ultrapassa o actual limite do concelho de
Vila do Conde. No entanto, em 1794 um furacão destruiu parte da estrutura. Já
no século XX, entre 1929 e 1932, quando a igreja de Santa Clara foi restaurada,
alguns dos arcos foram intencionalmente deitados abaixo, para que se tivesse
melhor vista sobre a abside do templo.
A estrutura subsistente apresenta uma arcada cuja altura e envergadura
decrescem, apresentando nalguns troços fenestração no remate superior. A obra
foi dedicada pelas freiras clarissas a Santo António, tendo sido colocada uma
imagem do padroeiro no depósito do aqueduto."
Catarina Oliveira
GIF/IPPAR/ 28 de Fevereiro de 2005
Fotografia: Arquivo da Câmara Municipal de Vila do Conde
Fotografia: Arquivo da Câmara Municipal de Vila do Conde
Fotografia: Arquivo da Câmara Municipal de Vila do Conde
Fotografia: Arquivo da Câmara Municipal de Vila do Conde